​Já será madrugada do dia 22 de abril, uma segunda-feira, quando a última Escola de Samba do Grupo Especial de Pelotas cruzará a passarela, montada nos últimos dias, no Porto. Sem aquele clima característico do verão gaúcho e, provavelmente, com os casacos já dando as caras pelas ruas, a expectativa para o Carnaval pelotense não era das mais animadoras.

Pelas redes sociais, foram diversos relatos lamentando a forma como a Associação das Entidades Carnavalescas de Pelotas (Assecap) e o poder público conduziram a organização da folia no Município. E tudo levava a crer que a população não iria abraçar o evento. Mas o relato do repórter João Pedro Goulart, na matéria publicada na página 10 da edição deste final de semana do Diário Popular, mostra algo totalmente diferente. Um exemplo de que o Carnaval de Pelotas ainda é capaz de emocionar os foliões.

A venda de ingressos para os desfiles deste ano começaria às 10h da última sexta-feira, mas por volta das 6h30min já tinha gente na fila. Este foi o caso de Zoraia Bartel, de 65 anos. Rosane Feijó, 63, lamentou a desorganização que causou todo o atraso na Folia deste ano, mas deixou claro que o espírito carnavalesco falou mais alto e a fez correr para garantir seu lugar na passarela do samba. A tradição carnavalesca da família Ribeiro, representada pelas irmãs Élida (63) e Elca (58), é outro exemplo do quanto o Carnaval mexe com os pelotenses. Segundo elas, o bloco familiar vai em peso para o Porto, com pais, tios e primos.

Os exemplos citados acima são mais uma prova do quanto a comunidade carnavalesca de Pelotas precisa ser mais respeitada. Mesmo depois de dois adiamentos e a remarcação do Carnaval para depois do verão - com a possibilidade de vivermos quase um Carnaval de Inverno, com temperaturas entre 10°C e 20°C - a comunidade continua mostrando que, apesar de tudo, a tradição da folia pelotense nunca vai ter fim.